Tenho escrito pouco. A
frase é imprecisa, se não mentirosa: tenho escrito muito, o tempo
todo; só não é a que me refiro quando digo: tenho escrito pouco.
Dito isto, tenho algo em andamento, já há algum tempo (desde julho
do ano passado, por causa da Granta), que é uma espécie de romance
de contos.
Depois da Ópera, que foi
algo feito mais ou menos on the go,
eu quis me organizar melhor para essas coisas e o resultado
dececionante foram as True Stories and the Story of Laika Sartorelli.
Talvez o fato de ser em inglês tenha sido um problema (embora não
tenha sido um desafio autoimposto; foi mais ou menos sem querer que
saiu assim), mas pior que isso foi ter sido pretensioso demais. Além
disso, minha ideia de fazer uma história desconexa, para ser
totalmente honesto, resultou em algo totalmente desconexo.
A
evolução quasinatural foi a ideia de trabalhar com contos. Para ser
mais preciso, capítulos de uma história só, mas que funcionem mais
ou menos independentemente: algo a que eu possa me dedicar por cinco
ou dez páginas e que, então, estará totalmente pronto e funcional,
ainda que dependa de tantos outros contos/capítulos para formar o
panorama geral do que quer que seja.
De
certa forma, está funcionando, mas com a liberdade de escrever
desordenadamente (um capítulo aqui, outro ali e depois decidir como
tudo se relaciona) veio, obviamente, o inconveniente de que agora
tudo é uma grande bagunça que talvez nunca se arrume. Acho que faz
parte da brincadeira; se pelo menos eu não escrevesse tão pouco,
ultimamente, isto não seria exatamente problema.
Você me diga no que é que deu.
Você me diga no que é que deu.