quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O carvalho e o seixo

Rodrigo é o homem que enfrenta, mas teme. Não fosse o dicionário, diria: arrefecera. Aliás, com dicionário mesmo, digo, pronto, arrefecera e se prostrava ali em frente à cena toda. Porque forte, fraquejava. Mas Fernanda, Fernanda dança à música, a música; Fernanda é flor jasmim. Chama: Rodrigo. Recusou. Chama, recusou, clama, recuou, cama, refugou, chama (agora é a outra, substantiva), relutou. O homem forte, Rodrigo não cede. Tarda. Tardam: as horas, o relógio olhado, o corpo erguido e vai. Quando sai, Rodrigo é pedra? Mas rola, demora-se ouvindo a música que passa pela porta. À vitrola, a flor é ainda flor.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Se você ligar,

vai querer que alguém atenda. Eu fico ao lado do telefone esperando ele não tocar. Tocar. Não tocar. Esse sou eu: se não toca, eu grito, eu choro, eu pulo na frente de um caminhão com a boca ainda cheirando a vodka.
Se toca, faço pior.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

"Não,

eu não vou apoiar (não dessa vez), porque foi a mesma coisa quando você mudou do vôlei para o esqui e do esqui para o violão e então para mergulho e agora essa idéia de alpinismo e meu Deus será que nada te interessa por mais do que alguns meses?”
“Bem, apoie se quiser e sinceramente, vinha já cogitando o divórcio, mesmo.”