Queria ir porque sabia que ela lhe fazia mais mal do que bem, sabia que mesmo os melhores momentos eram só entorpescência e que os momentos ruins qualquer dia lhe fariam enfiar o carro em um poste, talvez matar alguém. Ele não queria matar ninguém, no máximo sentia impulsos semirresistíveis de machucar, mas tinha certeza de que eventualmente aconteceria, de que era uma possibilidade real quando se encontrava com a percepção, os reflexos, a coordenação -- por vezes até a visão -- debilitados.
Mesmo agora, quando buscava com todos os recursos uma desculpa para não ir, para não largá-la, para se afundar ainda mais, continuava achando difícil se convencer de que havia qualquer motivo que o impedisse. No entanto, e de novo, interrompeu-se antes de chegar à porta, suspirou, desistiu. Talvez porque fosse fraco, é claro. Talvez porque fosse forte demais.
Mesmo agora, quando buscava com todos os recursos uma desculpa para não ir, para não largá-la, para se afundar ainda mais, continuava achando difícil se convencer de que havia qualquer motivo que o impedisse. No entanto, e de novo, interrompeu-se antes de chegar à porta, suspirou, desistiu. Talvez porque fosse fraco, é claro. Talvez porque fosse forte demais.
Um comentário:
Teimosia é diferente de força, i guess...
Desesperador. Já convivi com gente viciada muito mais do que gostaria - pior do que tudo isso é gostar da pessoa e ter cada vez mais certeza de que não pode fazer nada pra ajudar.
Ótimo texto.
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