segunda-feira, 29 de junho de 2009

Seu rosto pintado de vermelho,

a luz vermelhazul piscando-ando. Sua roupa no chão, você no chão, essa mania suja, essa sua voz metálica, não, não é a sua voz, é outra coisa, você só olha, com essa pintura, esse chão, esse mundo vermelho que é nossa sala nossa vida, você ainda aí e eu te puxando e falando Vamos vamos pra fora daí, e então você (não, não é você) eu não sei, eu ouço Unidades, Rua Estado de Israel, número, eu fico ouvindo ou então te chutando pra você sair dali, mas você nunca sai, desde que eu te conheço, você sempre fica aí, só aí. Eu ouço me chamarem, não é você, que nunca me chama, é Senhora, por favor, é a mesmíssima educação, a mesma polidez dessa sua cara vermelha que me beijava, que me amava sem me amar, era um toque tão suave quanto o seu, tão sem vontade de tocar, era a mesma falta de paixão que te fez me amar por tanto tempo e nunca um surto, nunca uma briga e atirar coisas na parede, quebrar um prato, não, não, isso não é amor, não sem lágrimas, não assim que nem agora, só rindo que nem besta, como se...

Depois, eu ainda penso se faz alguma diferença, enquanto me deixo atar, me deixo levar.

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