quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ela não tinha asas,

não, ela não tinha. Ela usava os cabelos curtos e às vezes, só de brincadeira, saía vestida que nem menino e enganava bem. Ela não era linda, mas ele se apaixonou assim que a viu, ou assim que ela disse bem baixinho que faria qualquer coisa por ele, qualquer coisa que ele pedisse.

Também não era que sua saia fosse curta, era mais a forma como ela andava e as curvas menos se viam que se adivinhavam. Ele ficou parado enquanto ela vinha e lhe sussurrava no ouvido e lhe puxava a gola da camisa.

Ele levaria vinte e cinco anos para entender o que havia acontecido, mas em só cinco minutos já tinha desistido de tentar.

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