Imagine-a como uma menina que dorme cercada de bichos de pelúcia, que os penteia e coloca numa mesa de bonecas a pretexto de tomarem chá. E imagine-se como um pinguim que se perdeu no Atlântico e veio parar nas praias do Brasil ou como um cachorro viralata que foi pedir comida na porta errada.
As crianças – todo mundo é meio criança, nessas horas –, elas não sabem muito bem como agir. Às vezes é curiosidade, às vezes é desatenção, medo, nervosismo... Mas na maioria das vezes... Eu diria que na maioria das vezes é mesmo amor. A menina encontra um animal e acha que é como os outros, de pelúcia. E o animal também não entende um aperto mais forte, um movimento exagerado, um grito inesperado.
Os dois se encontram sem querer, se estranham sem querer. E no fim, um sempre se machuca.
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