Samuel Matias tinha uma espécie muito particular de medo de aviões: apesar de passar a maior parte das suas horas despertas voando, e de encontrar grande prazer nesta atividade, lhe provocava arrepios a mera ideia de permanecer dentro de uma aeronave no solo. Isto não é natural, diria ele a qualquer um que lhe indagasse os motivos, acaso houvesse no mundo quem lhe indagasse qualquer coisa. Por isso, tinha o costume de gastar os poentes à procura de locais abertos em que pudesse pousar, em geral em campos próximos às grandes cidades, e passar a noite, dormindo na grama à luz do céu e sob a proteção das asas negras do boing.
Encontrava-se assim o nosso herói quando lhe arranca do sono o toque suave de uma mão em seu ombro. Seus olhos levam algum tempo para se ajustar à luz do sol antes que ele perceba, diante de si, o sorriso terrível da jovem que a ele se dirigia. Somente alguns minutos depois, já imobilizado e amarrado, ele viria a perceber que ela mancava.
Não lhe agradava muito o sabor do sangue escorrendo para a boca, e também era um pouco incômodo enxergar com os olhos inchados, mas o que o aborrecia mais era a claustrofobia qualificada de estar no avião pousado. À sua frente, Najibah, tirava um prazer vingativo do desconforto de sua vítima, enquanto sacolejava um bastão de ferro entre as pernas do homem.
Não que fizesse alguma diferença, mas algo nela demandava uma explicação para o ocorrido, de forma que ela perguntou a ele, afinal, o que levava um sujeito a cruzar o planeta para derramar chumbo derretido em povoados que nunca lhe haviam ofendido.
Diga-me, disse ela, e então eu arrancarei seu coração.
A consequência inevitável da demanda tornava um pouco menos tentadora a ideia de dar-lhe uma resposta, de modo que, a fim de dar-lhe convicção, Najibah fê-la acompanhar por algumas pancadas certeiras do bastão, até que Samuel respondesse em gritos agudos que faziam pouca jus ao conteúdo das palavras: Culpe Kim Jong-Il.
Embora não houvesse nada em nenhum de seus passados possíveis que justificasse tal fato, Najibah era uma pessoa estranhamente politizada para uma camponesa cujas belezas módicas e (mais recentemente) a debilidade de uma das pernas eram compensadas pelo esforço incansável no arado e (mais recentemente) na busca por um único homem, a quem dera o nome de Duque de Chumbo. Diante da revelação, porém, uma nova vendeta se anunciava, de forma que ela abaixou o bastão e declarou ao homem a seus pés:
Você me ajudará a chegar a ele. E então eu arrancarei seus corações.
Encontrava-se assim o nosso herói quando lhe arranca do sono o toque suave de uma mão em seu ombro. Seus olhos levam algum tempo para se ajustar à luz do sol antes que ele perceba, diante de si, o sorriso terrível da jovem que a ele se dirigia. Somente alguns minutos depois, já imobilizado e amarrado, ele viria a perceber que ela mancava.
Não lhe agradava muito o sabor do sangue escorrendo para a boca, e também era um pouco incômodo enxergar com os olhos inchados, mas o que o aborrecia mais era a claustrofobia qualificada de estar no avião pousado. À sua frente, Najibah, tirava um prazer vingativo do desconforto de sua vítima, enquanto sacolejava um bastão de ferro entre as pernas do homem.
Não que fizesse alguma diferença, mas algo nela demandava uma explicação para o ocorrido, de forma que ela perguntou a ele, afinal, o que levava um sujeito a cruzar o planeta para derramar chumbo derretido em povoados que nunca lhe haviam ofendido.
Diga-me, disse ela, e então eu arrancarei seu coração.
A consequência inevitável da demanda tornava um pouco menos tentadora a ideia de dar-lhe uma resposta, de modo que, a fim de dar-lhe convicção, Najibah fê-la acompanhar por algumas pancadas certeiras do bastão, até que Samuel respondesse em gritos agudos que faziam pouca jus ao conteúdo das palavras: Culpe Kim Jong-Il.
Embora não houvesse nada em nenhum de seus passados possíveis que justificasse tal fato, Najibah era uma pessoa estranhamente politizada para uma camponesa cujas belezas módicas e (mais recentemente) a debilidade de uma das pernas eram compensadas pelo esforço incansável no arado e (mais recentemente) na busca por um único homem, a quem dera o nome de Duque de Chumbo. Diante da revelação, porém, uma nova vendeta se anunciava, de forma que ela abaixou o bastão e declarou ao homem a seus pés:
Você me ajudará a chegar a ele. E então eu arrancarei seus corações.
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