Marco veio de trem, e era noite, porque quando você não tem estilo, você não tem nada. Ele respirou fundo e viu o vapor que siu de sua boca. Estava frio, também. Mas isso não era questão de estilo.
Era má-sorte.
Ele sabia o que estava fazendo, mas isso não significava que não tocava os bolsos de tempos em tempos. Para se certificar de que elas ainda estavam lá.
Entrar na casa foi fácil. Sempre era. Esperar é que era inconveniente, mas dessa vez quase não demorou. O outro chegou cedo.
Toni era grande e forte e, acima de tudo, esperto. Os anos no serviço tinham-lhe ensinado muito e ele percebeu logo que alguma coisa estava errada. Mas quando viu as armas brilharem no escuro, era tarde. Duas balas o atingiram como coices. O impacto foi tamanho que Toni foi atirado para fora da janela, junto com os estilhaços.
O trabalho tinha sido perfeito. Mas ainda estava frio, e Marco ainda tinha que voltar de trem.
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