Àquela altura, todas as pessoas que me importavam estavam distantes e
de alguma forma haviam trocado a minha companhia pela do oceano. Eu comecei a
sonhar que estava com Anita nos mares da Tailândia ou que fazia parte de
aventuras fantásticas em Atlântida ou na companhia de Ishmael ou do Capitão
Nemo.
Meu único conforto eram as aulas na universidade, mas o exercício
teórico me satisfazia cada vez menos. Entre o momento em que as aulas pararam,
no meio de dezembro e o começo do ano letivo seguinte, no começo de março, eu
não passei mais que cinco dias em casa: viajei quase todo o tempo, de Natal à
Ilha do Mel, com paradas em
João Pessoa , Ilhéus, Morro de São Paulo, Abrolhos, Vitória,
Cabo Frio, Paraty, Ubatuba (chovia),
Ilha Bela e na Barra do Una.
Quando voltei à universidade, fui interpelado pela Sílvia, uma ex-aluna
que, apressada, me puxou o braço num corredor e perguntou se poderíamos
conversar.
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